Uma colheita abundante exige um solo sarado! Mt. 13. 3-9

Creio que todos nós quando ouvimos a parábola do semeador pensamos logo: “Quero que minha vida, meu coração seja terra boa para a semente de Deus cair e produzir frutos com abundância”. E esse deve ser realmente nosso anseio. Mas nesse momento quero pensar com você que em nossa história já experimentamos a realidade dos demais solos apresentados na parábola. E como dizem que a História é cíclica, vez por outra nos enquadramos em alguns dos solos descritos.


Vamos pensar em cada um deles, analisar nossa vida e pensar o que precisamos para chegar ao intento inicial: ser boa terra, solo de qualidade e produzir frutos a 100 por 1.

Beira do caminho

Uma parte das sementes caiu à beira do caminho, diz-nos o texto. Quando leio esta expressão “beira do caminho” lembro-me imediatamente do cego de Jericó, que “à beira do caminho” chamava Jesus na intenção de ser curado. À beira do caminho é o lugar do desprezo, lugar onde ficam aqueles que por algum motivo não podem estar no centro. O cego estava ali porque era considerado alguém castigado por Deus com aquela cegueira.

Fico pensando quantas pessoas dentro da igreja vivem “a beira do caminho”. Nós as colocamos muitas vezes ali. Somos juízes, somos fariseus. Achamos que aqueles que pensam ou agem diferente de nós estão doentes, não podem pegar um microfone, não podem exercer uma função. Somos excelentes para arrumarmos desculpas para nossas falhas, nossas limitações, mas péssimos para justificarmos as falhas e limitações dos outros. Somos benevolentes conosco e com aqueles que estão mais perto e implacáveis com os mais distantes.

Em nome de uma santidade humana empurramos as pessoas para a beira do caminho. Nos achamos inclusive bons ao afirmar que elas podem continuar freqüentando nossas igrejas, mas não no centro, mas à beira do caminho. Disse santidade humana, pois a santidade de Deus nos confronta, nos exorta, nos joga contra parede, mas nos cura, nos ama, nos levanta, a humana só serve para insuflar nosso ego.

Mas devo dizer que por vezes nós mesmos caminhamos para a beira do caminho. Valorizamos demais nossas imperfeições, colocamos sobre nós muito peso. Assim como Gideão que tentou fugir do chamado argumentando que era o menor de sua casa.

Mas voltando ao cego e a outros que Jesus curou, lembro que por vezes Jesus dizia a eles que viessem para o meio. Se as pessoas, o diabo ou nós mesmos nos fazem estar a beira do caminho, o Senhor Jesus nos convida para o centro! Vem para o meio é o que ouvimos do mestre, pois somos amados, valorizados por Ele. Lembre-se o meu, o teu lugar não é à margem, à beira do caminho. Deus nos chamou para uma grande obra, para uma grande colheita.

Pedras

Se falar pra você que alguém tem um coração de pedra, creio que você vai pensar logo em alguém insensível, durão. O texto diz que esses simbolizam o que não tem raízes. E não tem raízes exatamente porque a semente não consegue penetrar na pedra, quebrar o bloqueio.

Ninguém nasce durão. Ninguém nasce insensível, ninguém nasce intratável. A forma como somos criados, as experiências que vamos tendo nos tornam assim. Lembro-me da história de Noemi, que junto com seu esposo e filho sai de sua terra em busca de melhores condições de vida. O nome Noemi quer dizer doçura, doce, o que apontava para as características de Noemi. Mas na nova terra a vida foi difícil, lá ela perdeu o marido e os dois filhos. Quando volta é avistada pelas mulheres de sua terra que a chamam pelo nome. Mas ela pede que não a chamem mais Noemi mas sim Mara que quer dizer amargura e representava bem como ela estava agora, amargurada.

Essas experiências fazem de nosso coração uma grande pedra. Vamos nos tornando insensíveis ao mover de Deus, insensíveis ao amor de Deus, enfim, pessoas que não deixam raízes crescerem por conta do medo de novas decepções.  Por isso Jesus disse que essas pessoas recebem a palavra com alegria. Pois elas entendem que o Evangelho é bom, mas aprofundar-se... bom aí é melhor não, vai que...

Espinhos

Aqui o texto nos mostra que a semente até começou a crescer, ela até encontrou condições de vida iniciais, mas o problema é que junto com ela cresceram espinhos que em algum momento ficaram mais fortes do que nossa semente e a sufocaram.

Pense comigo: o que pode crescer em nós, tornando-se tão forte que sufoque a vida de Deus em nós? A reposta é: nossa natureza!

A Bíblia diz que o salário do pecado é a morte. Assim, quando permitimos que a essência pecaminosa vá crescendo dentro de nós, estamos correndo um sério risco de vermos a morte da semente do Evangelho.

Ninguém se desvia da noite para o dia, ninguém sai dos caminhos do Senhor de uma hora para outra. A verdade é que vamos fazendo concessões, permitindo coisas e assim, alimentando os espinhos, que vagarosamente vão crescendo e de repente sufocam a semente do Evangelho em nós.

Boa terra

Chegamos a este que é nosso alvo. Um bom solo é resultado de tratamento. Agricultores adubam a terra e tem uma série de cuidados para que aquela terra possa produzir. Cito o texto de 2 Cr. 7.14. Ali, encontramos uma receita de Deus para que nos tornemos solos férteis:

Humilhação – reconhecimento de que não somos nada. Ele é tudo em nós!
Oração – Nosso contato com Deus
Busca – fome e sede pela presença de Deus
Afastamento de maus caminhos – a vigilância para não alimentar os espinhos

Como fruto dessas atitudes recebemos a promessa do Supremo Agricultor de que Ele sararia a nossa terra!


Não sei que tipo de solo somos neste momento. Mas sei que nosso Deus quer curar-nos para que os frutos sejam abundantes em nossa vida.

Deixe Deus tratar você hoje...

Em Cristo,

Rev. Giovani Zainotte

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